
Você já imaginou como é o dia a dia de um professor de educação especial em outros países? Recentemente, enquanto pesquisava sobre educação inclusiva, me deparei com uma oportunidade de trabalho em uma escola de Coimbra, Portugal. A descrição da vaga trouxe pontos tão interessantes que me fez refletir: o que podemos aprender com o modelo português para melhorar a inclusão escolar aqui no Brasil?
Neste artigo, vamos explorar como funciona o trabalho do professor de educação especial em Portugal, com base nas diretrizes do Decreto-Lei n.º 54/2018, que é referência por lá, e traçar um paralelo com as práticas que adotamos no Brasil.
A Educação Inclusiva em Portugal: Um olhar para a prática
Em Portugal, a inclusão escolar é norteada por uma legislação específica: o Decreto-Lei n.º 54/2018. Ele estabelece o regime jurídico da educação inclusiva, garantindo que todos os alunos tenham acesso ao currículo, com a adoção de medidas de suporte adequadas às suas necessidades.
O que chama atenção é a forma como as escolas portuguesas estruturam o trabalho para atender à diversidade. Um exemplo disso é a atuação de equipes multidisciplinares chamadas de EMAEI – Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva.
O papel do Professor de Educação Especial em Portugal
Na escola em Coimbra que inspirou este artigo, o professor de educação especial integra diretamente a equipe EMAEI. As principais responsabilidades desse profissional incluem:
✅ Identificação de barreiras à aprendizagem e à participação
✅ Elaboração de estratégias de intervenção diferenciadas
✅ Implementação de medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão
✅ Construção e acompanhamento de Planos de Desenvolvimento Individual (PDI)
✅ Articulação com docentes, técnicos, famílias e a comunidade
Além disso, há uma forte ênfase em práticas pedagógicas inclusivas que respeitam o ritmo de desenvolvimento de cada aluno e promovem a participação de todos no ambiente escolar.
Comparando com o Brasil: Similaridades e diferenças
No Brasil, o trabalho com a educação especial também é guiado por legislações específicas, como a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). A atuação do professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE) guarda muitas semelhanças com o que se faz em Portugal, como:
Porém, algumas diferenças são evidentes:
Aspecto | Portugal | Brasil |
Nome do plano individual | PDI | PEI |
Estrutura de apoio | EMAEI | Sala de Recursos Multifuncionais / AEE |
Legislação principal | Decreto-Lei 54/2018 LBI | Política Nacional de Educação Especial |
O que podemos aprender com o modelo de Coimbra?
A experiência portuguesa mostra que investir em equipes multidisciplinares, formação continuada e na construção de planos individualizados com a participação de toda a comunidade escolar pode fortalecer a inclusão.
Além disso, o foco em identificar barreiras e criar estratégias práticas traz uma visão mais proativa e centrada no aluno.
Observar práticas internacionais como as de Portugal não significa copiar modelos, mas sim refletir sobre estratégias que podem enriquecer nossas próprias políticas. Quando olhamos para o comprometimento das escolas portuguesas com a colaboração entre professores, técnicos e famílias, percebemos o quanto ainda podemos avançar no fortalecimento da rede de apoio no Brasil.
A troca de experiências entre países é uma via poderosa para transformar a educação inclusiva em algo realmente vivo e acessível para todos.
Conclusão
A inclusão é um compromisso global. Conhecer como outros países estruturam suas práticas nos ajuda a repensar e aprimorar nosso próprio sistema educacional.
👉 E você? Já tinha curiosidade em saber como funciona a educação inclusiva em Portugal?
👉 Já pensou em como pequenas mudanças na sua escola podem se inspirar em exemplos como o de Coimbra?
Compartilhe esse artigo com educadores, coordenadores ou escolas que buscam inovação com inclusão. Vamos juntos transformar realidades e construir um Brasil mais acessível, um passo de cada vez!
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