Como adaptar atividades escolares para alunos autistas usando IA: Guia prático para professores

Nico, personagem da Turminha Inclusiva, em sala de aula ao lado de um quadro com ícone de inteligência artificial e as siglas BNCC, LBI, PEI e Salamanca, simbolizando inclusão e tecnologia na educação.

Imagine a seguinte cena: a professora Carla prepara uma atividade de leitura para toda a turma, mas percebe que João, um aluno autista de 8 anos, fica perdido em meio a tantos textos longos. O que fazer? Recriar a atividade do zero? Deixar João de fora? Nenhuma dessas opções é justa. O caminho é adaptar. É aprender como adaptar atividades escolares para alunos autistas.

E aqui entra a Inteligência Artificial (IA): uma ferramenta que pode apoiar os professores na personalização de atividades escolares, tornando o aprendizado acessível, inclusivo e alinhado à legislação educacional brasileira e internacional, como a LBI (Lei Brasileira de Inclusão), a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), o PEI (Plano Educacional Individualizado) e a Declaração de Salamanca.

Neste artigo, você vai descobrir como usar a IA para adaptar atividades escolares para alunos autistas, com exemplos práticos, dados, storytelling e passos simples que qualquer educador pode aplicar.

Por que adaptar atividades para alunos autistas?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 100 crianças no mundo está no espectro autista. No Brasil, o número de diagnósticos cresce a cada ano, o que torna ainda mais urgente pensar em estratégias inclusivas.

A Declaração de Salamanca (1994) reforça que toda criança tem direito à educação em ambientes inclusivos, e a BNCC garante que as competências e habilidades sejam desenvolvidas respeitando a singularidade de cada estudante.

Para o aluno autista, adaptar atividades significa:

  • Reduzir barreiras na comunicação e compreensão.
  • Oferecer diferentes formas de aprender (visuais, auditivas, práticas).
  • Garantir pertencimento e participação, não apenas presença física.

Como adaptar atividades escolares para alunos autistas com IA

A Inteligência Artificial pode parecer algo distante, mas hoje já está ao alcance de qualquer professor. Ferramentas como ChatGPT, Gemini, Canva com IA, Microsoft Copilot e geradores de imagens podem transformar uma atividade comum em uma proposta inclusiva.

Exemplos de aplicação:

  • Personalizar instruções → IA reescreve textos longos em frases curtas, com linguagem simples.
  • Gerar imagens de apoio → ideal para alunos que aprendem melhor com recursos visuais.
  • Criar diferentes versões de uma mesma atividade → uma com mais apoio visual, outra com foco em palavras-chave, outra em formato de jogo.
  • Simular situações sociais → roteiros com diálogos para treinar comunicação.

Exemplos práticos de adaptação com IA

1. Leitura adaptada

Atividade original: ler uma fábula de 2 páginas.
Adaptação com IA: pedir para o ChatGPT resumir a fábula em 5 frases curtas e gerar uma sequência de imagens ilustrativas.

2. Matemática com apoio visual

Atividade original: resolver contas de adição no caderno.
Adaptação com IA: criar cartões coloridos com números e desenhos de objetos (maçãs, bolas, carrinhos), facilitando a associação visual.

3. Escrita com prompts guiados

Atividade original: escrever um pequeno texto livre.
Adaptação com IA: oferecer ao aluno perguntas disparadoras simples, como “Qual seu brinquedo favorito?”, e usar IA para gerar modelos de resposta curtos.

Passos simples para começar hoje

  1. Escolha uma atividade que você já usa.
  2. Identifique a barreira. O aluno tem dificuldade de leitura? De organização? De atenção?
  3. Use a IA como apoio. Faça perguntas claras, como:
    • “Reescreva esta atividade em frases simples para um aluno autista de 9 anos.”
    • “Crie uma versão com imagens para apoiar a compreensão.”
  4. Teste em sala e ajuste. O PEI será seu guia para personalizar conforme as necessidades individuais.
  5. Repita em novas atividades. Cada vez fica mais fácil!

Alinhamento com a LBI, PEI, BNCC e Salamanca

  • LBI (Lei 13.146/2015): garante acessibilidade em todos os ambientes escolares, incluindo currículos, métodos e recursos.
  • PEI (Plano Educacional Individualizado): documento estratégico que orienta as adaptações para cada estudante com TEA.
  • BNCC: defende a equidade no desenvolvimento das competências gerais, respeitando a singularidade de cada aluno.
  • Declaração de Salamanca: base internacional que sustenta a inclusão como direito humano inegociável.

➡️ Usar IA nas adaptações não é apenas inovação: é cumprir a lei e valorizar o direito do estudante.

Conclusão

Incluir é mais do que receber o aluno autista na sala de aula. É garantir que ele participe ativamente do processo de aprendizagem. A Inteligência Artificial surge como uma aliada poderosa, ajudando professores a adaptar atividades de forma simples, rápida e eficaz.

💡 Escolha uma das ideias apresentadas e coloque em prática esta semana. Depois, observe os resultados e compartilhe sua experiência. Cada relato fortalece nossa comunidade e inspira outros professores a transformar a inclusão em realidade.

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    Referências utilizadas no artigo

    • Declaração de Salamanca (1994) – UNESCO.
    • Lei Brasileira de Inclusão (LBI) – Lei nº 13.146/2015.
    • BNCC – Base Nacional Comum Curricular (2017).
    • PEI – Plano Educacional Individualizado (orientações práticas de inclusão escolar).
    • Organização Mundial da Saúde (OMS) – dados sobre prevalência do Transtorno do Espectro Autista.

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